domingo, 21 de abril de 2013

O propósito do casamento: felicidade ou santidade?

A você que é casado, alguém já lhe fez essa interessante pergunta: por que você se casou? Qual foi ou seria sua resposta? Qual você acha que é a resposta da maioria dos genuínos cristãos?

Gary Thomas lançou um livro chamado Sacred Marriage. Sua premissa é que casamento, em última instância, não existe para trazer felicidade a ninguém, mas em conduzir as pessoas à santidade que Deus exige. Este post é baseado no primeiro capítulo deste livro.

O livro, de fato, "olha para como nós podemos usar os desafios, alegrias, dificuldades e celebrações do casamento para se aproximar de Deus e crescer no caráter cristão." De acordo com Francis de Sales, "o estado casado é o que requer mais virtude e consistência que qualquer outro." "Será que Deus não criou o casamento para nos tornar santo, mais do que para nos fazer feliz?"

Quando pensamos em romance, uma característica da alegria no casamento, devemos estar cientes que seu conceito dentro de um casamento é algo recente, tendo seu início como popularmente o conhecemos hoje no séc. XI. Isto não sugere que não havia romance antes deste tempo (vide Cantares de Salomão), tampouco que a alegria não fizesse parte do matrimônio. "Um bom casamento luta para preservação do romance." O foco é: será que romance sustenta um casamento? Será que os sentimentos são a característica mais importante ao escolher o cônjuge?

Como lidar com os altos e baixos, naturais sentimentos que fazem parte da essência humana? Será que o momento de ódio pelo cônjuge significa que não há ou nunca houve amor?
"O amor romântico não tem elasticidade para isso. Ele nunca pode ser esticado, ele simplesmente quebra. O amor maduro, o tipo exigido de um bom casamento, deve ser elástico, como a condição humana pecaminosa, que nos leva a suportar emoções conflitantes. "Seu ódio é real como o seu amor é real", explica Porter (citando Katherine Anne Porter, “The Necessary Enemy,” The Collected Essays and Occasional Writings of Katherine Anne Porter (New York: Delacorte, 1970). Esta é a realidade do coração humano, a inevitabilidade de duas pessoas pecaminosas comprometendo-se a viver juntas, com todos os seus defeitos, para o resto de suas vidas."
"O casamento nos lembra da realidade diária de viver como seres humanos pecadores num mundo caído. Nós aspiramos pelo amor, mas frequentemente descemos ao nível do ódio. Qualquer madura visão espiritualmente sensível do casamento deve ser construída na fundação do amor maduro, não do romancismo."

Quando Gary Thomas foi questionado sobre casamento, ele respondeu: "Se você quer ser livre para servir a Jesus, não há dúvida, fique solteiro. O casamento toma muito tempo. Mas se você quer se tornar mais parecido com Jesus, eu não posso imaginar qualquer coisa melhor para fazer do que se casar. Estar casado obriga a enfrentar algumas questões de caráter que você nunca terá de enfrentar de outra maneira." Ele também escreveu: "qualquer situação que me chama a confrontar meu egoísmo, tem um valor espiritual enorme e eu lentamente comecei a entender que o real propósito do casamento talvez não fosse felicidade, quanto santidade. Não que Deus tenha alguma coisa contra felicidade, ou que felicidade e santidade sejam, por natureza, exclusivistas, mas olhando para o casamento pelas lentes da santidade comecei a colocá-los numa perspectiva inteiramente nova para mim." (...) Eu adotei a atitude que casamento é uma das muitas situações que me ajuda a conduzir meu sentido de significado, propósito e realização de Deus." (...) "Para o cristão o casamento é uma realidade penúltima, não última."

Ninguém pode olhar para seu cônjuge buscado a plenitude que somente Deus pode dar. Não será ele ou ela quem preencherá todos os vazios que o pecado causou e causa no homem. Não é ele o responsável por sua plena alegria. Imagine a seguinte situação: uma criança vê um adulto levando um monte de sacola do supermercado para dentro de casa e pergunta: "você é mais forte que Deus?" Seguramente essa pergunta é absurda. Entretanto, qual a diferença quando agimos como se tivéssemos perguntado ao nosso cônjuge: "é você quem pode plenamente me satisfazer?" Por alguma razão, essa pergunta não parece tão absurda. No final do capítulo Gary Thomas afirma: "Eu acredito que muito da insatisfação que nós experimentamos no casamento vem de esperarmos muito do casamento."

Que eu não me esqueça:
  1. Eu não devo esperar que a alegria que somente Deus pode me dar venha de minha esposa. Não devo exigir isso dela e nem ela de mim. No entanto, devemos entender que os resultados de nossa alegria no matrimônio é procedente da misericórdia de Deus, bem como dos momentos que andamos conforme Sua santa vontade.
  2. Ainda assim, alegria não é o propósito final de meu casamento. Tornar-me mais santo é exigência  bíblica e nenhum relacionamento humano contribuirá melhor para meu crescimento do que meu casamento.



Nenhum comentário:

Postar um comentário